Foto: Pedro Piegas (Diário)
Para reduzir os riscos de contaminação de pessoas e do meio ambiente por mercúrio, o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiram a fabricação, a importação e a venda de termômetros e aparelhos de pressão (esfigmomanômetros) que contêm o metal a partir do dia 1º de janeiro de 2019.
A medida inclui a proibição de uso desses equipamentos em serviços de saúde, que deverão fazer o descarte dos resíduos sólidos contendo mercúrio, conforme resolução específica da Anvisa. Segundo o Ministério da Saúde, o mercúrio pode causar problemas ao sistema nervoso central e à tireoide, caso a exposição ao material ocorra por longos períodos.
Em Santa Maria, de acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, a compra de equipamentos com mercúrio já não são feitas há algum tempo.
- A maioria dos hospitais e clínicas não utiliza mais. Nas nossas inspeções, a partir de janeiro, se for identificado, vamos fazer o recolhimento e pedir para que a troca seja feita. Com relação às unidades de saúde, estamos fazendo levantamento, mas ainda não identificamos nenhum termômetro ou esfigmomanômetros com coluna de mercúrio. Se houver resquício, certamente vai ser trocado - disse.
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Nas redes de farmácias da cidade, os tradicionais termômetros de mercúrio quase não existem para comercialização. A equipe do Diário fez um breve levantamento e encontrou o equipamento para venda em apenas uma unidade consultada, na Rua General Neto.
Para pessoas que já possuem o equipamento, o uso doméstico dos termômetros de mercúrio, no entanto, não está proibido pela resolução. A população poderá continuar usando os termômetros, mas, com o devido cuidado no armazenamento e na manipulação para que não ocorra a quebra do vidro.
Por recomendação do Ministério da Saúde, caso a pessoa deseje se desfazer do termômetro de mercúrio, deverá mantê-lo provisoriamente em casa até a divulgação dos pontos de recolhimento pelos órgãos responsáveis, o que deve ser feito em breve.
CONVENÇÃO
A medida segue as determinações da Convenção de Minamata, assinada pelo país. O texto foi debatido no âmbito das Nações Unidas e foi reconhecido por 140 países em 2013 para reduzir o uso do mercúrio em vários itens, como pilhas e lâmpadas.
Contudo, a proibição estabelecida na resolução da Anvisa não se aplica aos produtos para pesquisa e para calibração de instrumentos ou uso como padrão de referência - serviços de saúde que possuírem medidores de pressão ou termômetros de coluna de mercúrio utilizados para calibração interna de outros equipamentos deverão identificar esses produtos com etiqueta.
CUIDADOS RECOMENDADOS
Apesar de a quantidade de mercúrio presente em um termômetro de uso residencial ser pequena, em caso de quebra é importante tomar as seguintes precauções:
- Isolar o local e não permitir que crianças brinquem com as bolinhas de mercúrio
- Abrir as janelas para arejar o ambiente
- Recolher com cuidado os restos de vidro em toalha de papel ou luvas e colocar em recipiente resistente à ruptura, para evitar ferimento
- Localizar as "bolinhas" de mercúrio e juntá-las com cuidado, utilizando um papel cartão ou similar, evitando contato da pele com o mercúrio. Recolher as gotas de mercúrio com uma seringa sem agulha. As gotas menores podem ser recolhidas com uma fita adesiva
- Transferir o mercúrio recolhido para um recipiente de plástico duro e resistente ou vidro, colocar água até cobrir completamente o mercúrio a fim de minimizar a formação de vapores de mercúrio, e fechar o recipiente
- Identificar ou rotular o recipiente, escrevendo na parte externa "Resíduos tóxicos contendo mercúrio"
- Não usar aspirador, pois isso vai acelerar a evaporação do mercúrio, assim como contaminar outros resíduos contidos no aspirador
- Os materiais utilizados durante o procedimento, como luvas e seringas, também devem ser acondicionados em embalagens rotuladas e não devem ser descartados em lixo comum
*Com informações da Agência Saúde